MARACATU AZ DE ESPADA de ITAPIPOCA, fundado em 1963, é contemplado com o V EDITAL PRÊMIO CARNAVAL DO CEARÁ 2011!!! Parabéns para Itapipoca e para o Litoral Oeste!!!
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Itapipoca é cenário de diversas manifestações culturais e artísticas no Litoral Oeste do Ceará. Entre as mais tradicionais destaca-se o Maracatu AZ de Espada, que vem desenvolvendo um trabalho pioneiro de pesquisa e difusão da cultura afro cearense no interior do estado.
O Maracatu AZ de Espada foi fundado no ano de 1963 por João de Andrade, Francisco Montenegro de Lima (Popular João Pretinho) e José Tomaz Félix, ambos carnavalescos, artistas populares e boêmios.
O nome “AZ de Espada” é uma alusão a carta de baralho que possui esse nome. O AZ de espada é a carta mais poderosa entre todas as outras no jogo. Isso traz à tona o poder e a beleza da Raça Negra, que no passado se viu escrava e que hoje desfila nas ruas como corte gloriosa. Outro elemento dessa carta são as cores em Preto e Branco, cores adotadas pelo Maracatu AZ de Espada na confecção dos figurinos e adereços das alas. O Preto e o Branco representam a unidade entre as etnias africanas e européias, a miscigenação brasileira.
O Maracatu AZ de Espada é formado por brincantes da família Andrade, por moradores dos bairros Ladeira, Fazendinha, Cruzeiro e Violete, estudantes de escolas públicas de Itapipoca, dançarinos da Cia Balé Baião, famílias das comunidades quilombolas de Nazaré (localidade da serra de Itapipoca), comunidade quilombola de Conceição dos Caetanos (localidade de Tururu, cidade vizinha) e por famílias da comunidade indígena de Buriti (localidade da Praia de Itapipoca).
O Maracatu AZ de Espada é um Cortejo Carnavalesco de origem afro-brasileira e européia onde desfilam personagens de uma corte real negra, escravos, índios, dançarinos e percussionistas. O ponto alto do desfile se dá com a Coroação da Rainha, figura ilustre representada tradicionalmente por um homem. Os personagens que desfilam são: a baliza, a porta-estandarte, cordão dos negros escravos, cordão dos índios, baianas, balaieiro, pretos velhos, corte real, dançarinos e bateria.
Além de desfilar no carnaval itapipoquense, o Maracatu AZ de Espada desenvolve uma ação de formação e difusão da cultura afro-descendente junto aos grupos que compõem o Maracatu através de oficinas, palestras e mostras de vídeos documentários sobre os temas “africanidade” e “cultura afro-brasileira”. Duas vezes por mês uma equipe formada por arte-educadores da Associação de Artes Cênicas de Itapipoca – AARTI, parceira do Maracatu AZ de Espada, vai ao encontro dos grupos que compõem o Maracatu levando vivências práticas e teóricas que fundamentam a reflexão e o aprofundamento da história e importância da cultura afro-descendente na formação do povo brasileiro, cearense e itapipoquense. O desfile do Maracatu AZ de Espada é conseqüência dessa intervenção sócio-cultural que se dá nas bases.
A grande ânsia do Maracatu AZ de Espada é garantir a ampliação e o fortalecimento de seu trabalho junto à comunidade através de parcerias. Apesar de toda essa trajetória de lutas e vitórias o Maracatu AZ de Espada se encontra quase sempre sem apoio financeiro para se manter e nisso vem o desestímulo em continuar.
O projeto “Maracatu AZ de Espadas de Itapipoca” vem manifestar os anseios de uma ação coletiva escritos nas páginas da história do Litoral Oeste. Apelos que ecoam nas Loas de Maracatu, no som estridente do triângulo, nos pés do preto velho que com esperança de menino teimam em dançar!
O Maracatu AZ de Espada foi fundado no ano de 1963 em Itapipoca, litoral oeste do Ceará, por João de Andrade, Francisco Montenegro de Lima e José Tomaz Félix, ambos carnavalescos, artistas populares e boêmios.
Antes de ser Bloco de Maracatu caracterizado com todos seus personagens e alas, ele era um “cordão” de brincantes vestidos de índios que desfilava na rua envolvendo mais de cem pessoas. Toda a cidade ficava em polvorosa a esperar a passagem desse cordão, até hoje lembrado pelos mais velhos com muita saudade.
Era de costume de Seu João Andrade (João Pretinho) viajar para a capital, Fortaleza. Durantes essas idas e vindas teve seus primeiros contatos com os desfiles de Maracatu e logo se identificou com o ritmo cadenciado, com o esplendor da corte real, com a beleza negra presente em todas as alas, beleza esta associada a sua própria cor e a cor de todos os seus parentes. Vale salientar que João Pretinho pertence a uma família afro-descente que traz em seu histórico uma rica tradição ligada à música, percussão e dança de origem negra (sambas e candomblés) de Itapipoca.
Voltando a Itapipoca, João Pretinho, em pleno período da Ditadura Militar literalmente “botou o bloco na rua”. Convocou a família e amigos, contagiou a todos com a idéia de criar o Maracatu AZ de Espadas e a partir de então começaram suas aparições nos desfiles de blocos e escolas de samba de Itapipoca no período do Carnaval, mantidas até os dias atuais pela coordenação de Antonio Fernandes Freire de Andrade, neto de João Pretinho, sob assessoria de Marcos Braga e Gerson Moreno, ambos representantes da Associação de Artes Cênicas de Itapipoca, Cia Balé Baião e Museu Itinerante.